CÂNION DO XINGÓ: Um Oásis no Semiárido Sergipano

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Em meio à paisagem semiárida do nordeste brasileiro, de formações rochosas e caatinga, surge um oásis de águas verdes e cristalinas, com vegetação exuberante e fauna diversificada: é a região do Cânion do Xingó. As terras que foram palco do Cangaço e abrigaram o bando de Lampião e Maria Bonita recebem hoje milhares de turistas em busca deste refúgio natural.

O município de Canindé de São Francisco, localizada a 213 km de Aracaju, e a cidade histórica de Piranhas, a 280 km de Maceió, são as portas de entrada para quem deseja conhecer o Complexo Turístico do Xingó, que congrega, além de Sergipe e Alagoas, também o estado da Bahia.

Imagens do passeio de Catamarã pelo Cânion do Xingó no Rio São Francisco na divisa de Sergipe e Alagoas.

Imagens do passeio de Catamarã pelo Cânion do Xingó no Rio São Francisco.
Photograph by Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Um dos locais mais visitados do Complexo Turístico é o Cânion do Xingó, onde o ‘Sertão virou mar’. O vale por onde passava o Rio Canindé, que na maior parte do ano permanecia com seu leito seco, foi alagado pelas águas do Rio São Francisco, em 1995, para construção da Usina Hidrelétrica do Xingó, dando origem a um ecossistema diferente, com vegetação exuberante e grande diversidade de animais.

O Cânion do Xingó possui 65 km de extensão, onde os paredões rochosos, com mais de 60 milhões de anos, formam um vale de 170 metros de profundidade e largura variável entre 50 e 300 metros, sendo considerado um dos maiores cânions do mundo. No interior do cânion ainda é possível encontrar pinturas rupestres e fragmentos de utensílios dos primeiros habitantes do local, datados de mais de 8 mil anos.

Para chegar ao Cânion é preciso pegar um barco ou escuna a partir do restaurante Karrancas, ponto de apoio das empresas que oferecem os passeios.

O trajeto de 3 horas inicia cruzando o Lago São José, onde sítios arqueológicos foram submergidos, passando por um pequeno santuário com a imagem de São Francisco. Seguindo o percurso, há muitas formações rochosas que lembram figuras, como a Pedra da Águia, a Pedra do Japonês e o Cruzeiro. Depois de meia hora de navegação, é que se chega à parte mais imponente do Cânion do Xingó, a Gruta do Talhado, cujo nome é devido às rochas areníticas que parecem ter sido talhadas à mão, onde os paredões rochosos brotam das águas verdes e cristalinas do Rio São Francisco.

Imagem do ponto de apoio onde o catamarã atraca no passeio pelo Caniôn do Xingó no Rio São Francisco.

Imagem do ponto de apoio onde o catamarã atraca no passeio pelo Caniôn do Xingó.
Photograph by Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Em um ponto de apoio, a embarcação para por uma hora, permitindo banho e mergulho em área delimitada do cânion. É possível também pegar um barquinho para visitar as partes mais estreitas do Cânion e ficar pertinho dos paredões (passeio opcional). Após o tempo estipulado, a embarcação retorna ao restaurante de apoio em Canindé.

O passeio de barco é sem dúvida o ponto alto do Cânion do Xingó, mas a Usina Hidrelétrica, o Museu de Xingó, o município de Piranhas e a Rota do Cangaço também estão entre as atrações da região.

A Usina Hidrelétrica do Xingó possui capacidade de gerar 3,1 mil megawatts (MW), sendo uma das maiores instaladas no Rio São Francisco. As visitas guiadas pelas instalações duram cerca de 40 minutos e conta com apresentação de vídeo, fotos e explicação do funcionamento da usina. O acesso é via estrada em direção ao município de Piranhas.

Junto a Usina, está localizado o Museu Arqueológico de Xingó, que abriga o material resgatado do Sítio Arqueológico do Justino que foi alagado pela represa. O acervo conta com esqueletos humanos e urnas funerárias e objetos e utensílios que eram usados pelos antigos habitantes da região, além de painéis com pinturas rupestres.

Ainda às margens do Rio São Francisco, Piranhas se destaca por abrigar um dos mais conservados patrimônios históricos do país. A cidade ribeirinha ganhou fama na década de 30, época do Cangaço, ao expor as cabeças de Lampião e Maria Bonita em frente ao prédio da Prefeitura, que fica no centro histórico, conhecido como ‘Cidade Velha’. Lá muitos mirantes servem de local de observação da bela paisagem do Rio São Francisco e o Relógio da Torre e a Estação Ferroviária, com a antiga Maria Fumaça, são destaque dentre os prédios históricos, que abrigam também museus, bares, restaurantes e uma feira de artesanato.

Outras atrações da região que valem a pena conhecer são a Usina Hidrelétrica do Xingó, a Rota do Cangaço e a cidade de Piranhas.

Outras atrações da região que vale a pena conhecer são a Usina Hidrelétrica do Xingó, Piranhas e a Rota do Cangaço.
Photograph by Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Piranhas faz parte da Rota do Cangaço, onde turistas conhecem a história do bando de Lampião e Maria Bonita, conduzidos por guias tipicamente vestidos de cangaceiros, que saem do cais de Piranhas, Alagoas, até a Grota de Angico, em Poço Redondo, Sergipe, local onde foi morto o clã dos cangaceiros. Um passeio que, entre contos, causos e um bom forró, apresenta às belezas da caatinga e do Velho Chico.

Andar pela Rota do Cangaço e visitar o Complexo Turístico do Xingó é se encantar com belezas naturais, arqueológicas, históricas e também arquitetônicas deste pedacinho do nordeste brasileiro. Inclua a região no próximo destino!

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Por Guia Viagens Brasil Texto: Thaisy Sluszz Fotos:  Ricardo Junior 12 de agosto de 2014


 

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