Histórias e curiosidades de Belo Horizonte

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Está na hora de incluir Belo Horizonte no seu roteiro de viagem nacional. A capital de Minas Gerais tem atraído cada vez mais turistas que se surpreendem com a terceira maior cidade do país. Sem essa de achar que não tem nada para fazer por lá, se for animado, você vai entrar no hotel só para dormir – e pouco!

A comida é de primeira. Impossível não se deliciar com o feijão tropeiro feito no fogão de lenha, o torresmo, os queijos e os doces – o de leite é sensacional. E tem também a cachaça para abrir o apetite, ajudar na digestão, esquentar o peito, curar gripe, abrir os trabalhos… Enfim, cachaça é patrimônio de Minas Gerais.

Os deliciosos queijos mineiros vendidos no Mercado Público de Belo Horizonte. Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Os deliciosos queijos mineiros vendidos no Mercado Público de Belo Horizonte.
Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

BH – a primeira cidade planejada do país

Ouro Preto, então capital de Minas Gerais, não comportava mais o crescimento por volta dos anos de 1890. A solução? Providenciar outra capital!

Com a ideia de nova capital, a intenção da Comissão Construtora foi de romper com o modelo colonial, trazendo ares de modernidade em voga no mundo na época. O engenheiro Aarão Reis, responsável pelo projeto de Belo Horizonte, dividiu a cidade em três principais zonas: central urbana, suburbana e área rural.

Delimitada pela Avenida do Contorno, a área central urbana recebeu toda infraestrutura, como saneamento, transporte, prédios públicos e comércio. A zona suburbana não teve o mesmo traçado cuidadoso e, no pensamento do projetista, não seria ocupada tão cedo. A área rural ficaria como estava, com várias chácaras e colônias agrícolas já existentes, responsável pelo abastecimento de produtos alimentícios. A inauguração de BH foi em 12 de dezembro de 1897.

A planejada cidade de Belo Horizonte, vista do Mirante das Mangabeiras. Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

A planejada cidade de Belo Horizonte, vista do Mirante das Mangabeiras.
Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Mas, o projetista só não considerou que, com a extinção do antigo Curral Del Rey para construção da nova cidade, os antigos moradores não teriam para onde ir. E todos ocuparam os arredores, na região suburbana, hoje Venda Nova, e naquela época sem qualquer suporte. Outro erro de cálculo foi contar que a população chegaria aos 100 mil habitantes somente quando completasse 100 anos. Ledo engano. Esta marca foi atingida bem antes e Belo Horizonte foi se adaptando ao crescimento e perdendo o caráter segregatório do início. Hoje, a cidade é descentralizada, com polos comerciais em várias regiões, que também tem o lazer espalhado.

Cemitério do Bonfim

Quer conhecer BH de um jeito inusitado? Vá ao Cemitério do Bonfim. Sim, isso mesmo, um cemitério, que por sinal, é mais antigo que a própria cidade, de 1897.

Verdadeira galeria a céu aberto, o Cemitério do Bonfim possui túmulos imponentes, ornamentados com escultoras típicas da Belle Èpoque, Art Deco e do modernismo brasileiro. Muitas têm a assinatura de artistas famosos da época de sua construção, vindas de várias partes do Brasil e do exterior. Túmulos suntuosos dividiam o mesmo espaço com sepulturas simples, de famílias sem condições de instalar imensos anjos em mármore. Tentativa de democratizar e modernizar a cidade.

Para seguir com a quebra dos padrões do período colonial, o Cemitério do Bonfim inovou e foi erguido fora do espaço de igrejas, como era comum. Diversos políticos e personalidades estão sepultados lá. Pesquisadores, historiadores e turistas podem conhecer o espaço e aproveitar as visitas guiadas.

Os mais curiosos podem checar a veracidade da lenda urbana da Loira do Bonfim, uma misteriosa mulher que costuma circular em volta do cemitério à noite… Dizem que a tal moça está enterrada lá há anos…

MAP – de cassino à Museu de Arte da Pampulha

O prédio nasceu como Cassino da Pampulha, desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, encomendado pelo então prefeito Juscelino Kubitschek. Foi instalado ao redor da lagoa nos anos 40 e pertence ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha, junto com a Casa do Baile, o Iate Clube e a Igreja de São Francisco de Assis.

Igreja de São Francisco no Complexo da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Igreja de São Francisco no Complexo da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.
Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

O Cassino mudou a vida noturna da cidade, atraindo apostadores de todo país na época. A alta sociedade desfilava entre suas colunas de mármores, enquanto espetáculos nacionais e internacionais atraiam muitos visitantes que gastava sem parar. Tudo ia muito bem até o general presidente Gaspar Dutra proibir o jogo no Brasil, fechando o cassino. Isso foi em 30 de abril de 1946.

Construído como cassino hoje o prédio abriga o Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte. Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Construído como cassino hoje o prédio abriga o Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte.
Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Em 1957, o local é reaberto, reformado, como Museu de Arte da Pampulha. O belo local passou a contar com paisagismo de Burle Marx em seus jardins, com biblioteca, café, sala de espetáculos e uma loja. Hoje, o MAP recebe importantes mostras de arte e seu acervo possui mais de 1600 peças. Estão lá obras de Di Cavalcanti, Livio Abramo Antonio Dias, Frans Krajcberg, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Alfredo Volpi, Franz Weissmann, dentre vários outros artistas.

Rua do Amendoim

Se você perguntar pela Rua Professor Otávio Coelho Magalhães é provável que pouca gente conheça. Mas, se quiser saber da Rua do Amendoim, fica fácil!

Muita gente vai até lá para conferir o mistério da ladeira. De carro, saia dele, deixando o motor desligado, sem engrenar nem puxar o freio de mão e observe. Se você acha que o carro vai descer a rua, está enganado. Tem-se a impressão nítida que o movimento é de subida. O folclore diz que a causa do fenômeno está nos depósitos subterrâneos de minérios imantados, capazes de atrair os veículos. Na verdade, nada mais é que uma ilusão de ótica, já que a rua, embora aparente ser um aclive, é um declive, quase imperceptível. Vale a pena testar.

Aproveite para passear na Praça do Papa, que fica ao lado e no lindo Parque das Mangabeiras, também bem próximo.

Praça do Papa, pertinho da Rua do Amendoim, em Belo Horizonte. Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Praça do Papa, pertinho da Rua do Amendoim, em Belo Horizonte.
Fotos de Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br

Edifício Maletta

Ícone de BH, o Edifício Maletta passou por várias transformações desde sua fundação, em 1957, e hoje tem lugar cativo no coração da boemia mineira. Gerações de escritores, artistas e intelectuais viraram noites ali, bebendo e discutindo politica, cultura ou apenas jogando conversa fora. Foi construído no mesmo local do Grande Hotel e recebeu o nome de seu comprador, o italiano Arcângelo Maletta.

Diversidade é a marca do lugar, que abriga 319 apartamentos residenciais, 642 salas e 146 lojas. E tem de tudo: loja de fantasias, estúdio de tatuagem, ótica, salão de beleza, lan house, armarinho e os tradicionais sebos (loja de venda de livros usados), que reafirmam a vocação cultural do lugar. E tem também os bares e restaurantes, que renovaram o local e garantiram diversão para os notívagos.

Destaque para a Cantina do Lucas, tombada pelo Patrimônio Histórico-Cultural de Belo Horizonte desde 1999. Os frequentadores do Maletta enchem os atuais 12 bares, especialmente os instalados no varandão do segundo andar. De lá se tem uma vista privilegiada da Rua da Bahia, do vizinho de frente, o Centro de Referência da Moda e do Museu Inimá de Paula. O Edifício Maletta fica na esquina da Rua da Bahia com Avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte.

Feira Hippie

Se quiser fazer compras e achar produtos de boa qualidade e diferenciados, acorde cedo e vá à Feira Hippie, como é conhecida. Todos os domingos, a partir das 7 horas da manhã, cerca de 2.200 artesãos dão vida à maior feira a céu aberto da América Latina.

A Feira de Artes, Artesanato e Produtos de Variedades de Belo Horizonte surgiu em 1969, na Praça da Liberdade, e o movimento crescente provocou a mudança de lugar. Instalada hoje na Avenida Afonso Pena, no coração de BH, recebe cerca de 90 mil visitantes por domingo vindos de várias partes do país. É fonte de renda de milhares de famílias e garantia de diversão para outras tantas, que percorrem seus 12 setores.

Prepare-se para encontrar bijuterias, brinquedos, bolsas, sapatos, artes, móveis, decoração e muita comida boa, que vai do sanduíche, doces e a tradicional comida mineira, ao acarajé baiano.

Por Guia Viagens Brasil Texto: Thaisy Sluszz Fotos:  Ricardo Junior 19 de maio de 2015


 

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