Fenadoce: açucarado evento em Pelotas

Avalie este artigo

Pelotas, a 250 quilômetros ao sul de Porto Alegre, tem lindas construções coloniais, belas paisagens naturais, formadas pelo Arroio Pelotas e pela Lagoa dos Patos, e uma gastronomia de doces de dar água na boca só de pensar.

Fundada devido ao próspero Ciclo do Charque na região sul do Brasil, nos anos de 1750, Pelotas recebeu influência europeia no seu desenvolvimento. Os casarios coloniais do Centro Histórico mostram como os portugueses deixaram sua marca, bem como nas charqueadas e nos famosos e deliciosos doces, que ganharam uma festa só deles: a Fenadoce.

Doces de Pelotas

Camafeu, ninho, olho de sogra, pastel de Santa Clara, quindim, queijadinha, papo de anjo… hum… são vários os doces a base de ovos moles, com massa fininha, textura leve e suave crocância, que agradam todos os paladares. Os Doces de Pelotas(www.docesdepelotas.org.br) são produzidos, no capricho, pelas doçarias de Pelotas, como as casas Berola, MonaLu, Imperatriz, Pérola e Delícias Portuguesas. Estes doces de origem portuguesa fizeram a fama de Pelotas e, por isto, os produtos são reconhecidos como Indicação Geográfica pelo INPI, um título que assegura a qualidade e a origem dos doces.

Além destes, tem doces caseiros como compotas, cristalizados, schimias e em pasta. Tudo para os formigões de plantão não passarem vontade.

Devido a todo este açúcar, Pelotas ficou conhecida como Capital Nacional do Doce. Mas, você deve estar pensando como uma região que não produz um quilo de açúcar ganhou tradição nos doces, não é? A explicação é dada por historiadores da região, que contam que devido ao comércio de charque para o nordeste, ia a carne, voltava o açúcar, que abundante, virava doces finos das festas da alta sociedade pelotense do século 18 e 19. Ótima troca!

Fenadoce

Falando em formiga, ela é o símbolo da Fenadoce(www.fenadoce.com.br), a maior festa de doces do Brasil.

A festa é realizada anualmente no Centro de Eventos de Pelotas e recebe muitos expositores que comercializam os deliciosos doces na Cidade do Doce, com ampla praça de alimentação. O evento ainda abriga a multifeira, com áreas de artesanato, comércio, moda, casa, decoração e outros serviços.

Durante a Fenadoce é realizado também o Festival de Gastronomia, que conta com aulas e cursos de renomados chefs, degustação orientada, além de debates, exposições e, é claro, muitos doces.

Espalhado pela cidade, no período da Fenadoce, acontece ainda o chamado Circuito de Restaurantes, que conta com a participação de 22 estabelecimentos da cidade, que ofertam um prato típico e uma bebida produzida na região a preços populares, valorizando ainda mais a culinária local. Os chefs que participam da Fenadoce promovem jantares nos diferentes restaurantes e a participação é por adesão.

O Festival Doce Cultura faz parte da programação da Fenadoce, com mais de 800 apresentações artísticas e culturas divididas em cinco palcos durante os 19 dias do evento.

A feira acontece no Centro de Eventos, que fica no entrocamento da Avenida Presidente Goulart com a BR-116 e durante sua realização há linhas especiais de transporte público para o local. A Fenadoce funciona de segunda a sexta das 14 às 23h e sábados, domingos e feriado das 10h às 23h e os ingressos podem ser adquiridos no local.

Anota aí: em 2015, a Fenadoce acontece de 27 de maio a 14 de junho.

Turistando por Pelotas

Depois de aproveitar bem os doces da Fenadoce, conheça um pouco de Pelotas. Passeie pelo Centro Histórico e visite a bela Biblioteca Pública de Pelotas, fundada em 1875, com projeto do arquiteto italiano José Izella; o Grande Hotel, construção imponente que abrigou celebridades e pessoas ilustres como o presidente Getúlio Vargas; o Mercado Público, de 1849, que hoje é um espaço charmoso com bares e restaurantes onde são realizados eventos a céu aberto; o Chafariz “As Três Meninas”, originário da Escócia de 1873; a Igreja do Redentor, conhecida como “Igreja Cabeluda” pela cobertura vegetal; a bela Catedral São Francisco de Paula, que tem pinturas e afrescos no teto e paredes de Aldo Lacatelli; e a Caixa d’Água de Ferro, o maior monumento da cidade e única do gênero na América Latina.

O Museu da Baronesa é ponto de parada obrigatória em Pelotas, cujo acervo de mais de mil peças preserva e resgata valores, costumes e tradições do final do século XIX e fica em uma agradável área verde.

Após a parada no Museu, siga para as lindas e históricas charqueadas de São João e Santa Rita. A primeira ficou famosa pelas filmagens da minissérie global “A Casa das Sete Mulheres”.

Construída em 1810 à beira do Canal São Gonçalo, a Charqueada São João hospedou o naturalista francês Auguste Saint Hilaire e hoje abre suas portas como um museu, com belas peças e muita história. Assim como a Charqueada Santa Rita, de 1826, hoje uma pousada confortável, que abriga também o Museu do Charque e fica às margens do Arroio Pelotas, onde é possível dar um passeio bucólico de canoa.

Antes de ir embora, passeie pelo calçadão do Laranjal, uma praia formada pela Lagoa dos Patos, ponto de prática de esportes aquáticos como kitesurf e canoagem e também dos encontros dos gaúchos para matear (tomar o chimarrão) ao final das tardes.

Por Guia Viagens Brasil Texto: Thaisy Sluszz Fotos:  Thaisy Sluszz 22 de maio de 2015


 

GuiaViagensBrasil.com e os cookies: A gente usa cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.