3 dias na Rota dos Tropeiros e no Cânion do Guartelá

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Região de origem do movimento do tropeirismo no Paraná, a Rota dos Tropeiros fica na parte centro-leste do estado e costumava ser o caminho de passagem para o comércio de animais entre o Rio Grande do Sul e a cidade de Sorocaba, em São Paulo. Hoje, a localidade é destino de turismo ecológico, histórico e religioso – e é compostas pelas cidades de Arapoti, Balsa Nova, Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Jaguariaíva, Lapa, Palmeiras, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Rio Negro, Sengés, Telêmaco Borba e Tibagi.

O tropeirismo tem origem ainda no século 18, e durou até a década de 30 passada. Os pontos de parada das tropas durante o caminho acabaram se tornando locais estratégicos e foram se desenvolvendo com o passar dos anos – até o surgimento de cidades.

Além da rica herança cultural herdada na região dos tempos das tropas que por ali passavam, também é possível experimentar uma gastronomia toda particular, principalmente baseada no uso pinhão em pratos típicos.

A beleza natural da região e a possibilidade de mergulhar um pouquinho na história do sul do Brasil vêm atraindo cada vez mais turistas para a Rota dos Tropeiros, que de quebra tem o Cânion do Guartelá pertinho! E por ser tudo relativamente próximo, é possível conhecer o principal em apenas três dias. Confira uma sugestão de roteiro e aproveite!

Dia 1 – Lapa e Campo Largo

O roteiro pode começar em Lapa, que está apenas cerca de 70 km (pouco mais de 1 hora de carro) distante da capital Curitiba. Mais ao sul do estado, a cidade tem como principal atração turística a Gruta do Monge, que fica no Parque Estadual do Monge. O local fica em uma encosta e tem acesso através de uma escadaria de 224 degraus. Ela recebeu esse nome por ter abrigado em 1847 o monge João Maria D’Agostini.

O Parque Estadual do Monge fica aberto diariamente das 8h às 18h. Mais informações no Facebook ParquedoMonge.

Pouco mais de 1 hora acima fica o município de Campo Largo. O forte da localidade é o turismo religioso, com algumas igrejas conhecidas: a Matriz de Nossa Senhora da Piedade, a Igreja de São Sebastião de Bateias, a Paróquia Senhor Bom Jesus da Ferraria e a Igreja de São Sebastião de Rondinha. Outras atrações de interesse na cidade são o marco histórico de fundação, chamado de Fonte da Saudade, e o Parque Histórico do Mate, com lago e mata preservada, que também abriga um antigo engenho de erva-mate que foi transformado no Museu do Mate – temporariamente fechado para visitação.

Além disso, Campo Largo possui várias vinícolas e um suco de uva reconhecido em todo Brasil como de ótima qualidade. Vale experimentar essas bebidas em um dos restaurantes locais.

Caso haja disponibilidade de tempo, a cidade de Palmeira também é próxima e conta com uma atração religiosa que costuma ser bastante visitada: as 14 capelinhas de pedra, formando uma cruz, no Santuário do Senhor Bom Jesus do Monte.

Dia 2 – Ponta Grossa e Castro

No segundo dia é hora de pegar a estrada novamente e subir 145 km (aproximadamente 2 horas) e chegar a Castro. Mas antes, no caminho, não dá para deixar de parar em Ponta Grossa. A cidade possui tanto pontos turísticos religiosos, quanto os de beleza natural. O Parque Estadual de Vila Velha possui formações rochosas que lembram uma vila medieval, sendo a taça a estrutura mais conhecida.

 

O Parque de Vila Velha ainda oferece caminhadas guiadas pelos locais mais remotos da reserva, onde há observação da fauna e flora locais.

Já o Buraco do Padre e a Cachoeira da Mariquinha recebem muitas pessoas interessadas em praticar escalada e rapel, e o Rio Tibagi também permite a prática de canoagem e rafting. Se você for ecoturista, vai adorar passar o dia pela cidade!

O Parque fica aberto diariamente (exceto na terça-feira), das 8h30min às 15h30min. Mais informações, no site da Prefeitura de Ponta Grossa(www.pontagrossa.pr.gov.br).

Na parte religiosa, Ponta Grossa possui como destaque o Mosteiro Abadia da Ressurreição, a Igreja do Rosário e a Capela de Santa Bárbara do Pitangui. No Mosteiro, todo domingo pela manhã é realizada uma celebração com o belíssimo e tradicional canto gregoriano. Belas vozes para acalmar a alma e o coração! A capela do mosteiro fica em meio a um lindo bosque, ótimo para caminhadas e meditação.

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Ainda para quem tem interesse histórico, em Ponta Grossa vale a visita ao Museu Campos Gerais, ao Museu Época e à Casa da Memória Paraná, que abriga muitos objetos, fotos e arquivo do Estado.

Chegando a Castro, logo se vê que a cidade tem um centro histórico muito interessante. O Museu do Tropeiro é o grande centro de informações sobre o tropeirismo na região. Com um acervo de 400 peças – entre documentos, objetos, peças sacras e artesanatos – procura simular a vida das tropas e foi instalado em uma casa datada do século 18 bem preservada.

Castro ainda apresenta atrativos naturais, como o Morro do Cristo e a Prainha do Rio Iapó. Pontos históricos como a Fazenda Capão Alto e a Fazenda Potreiro Grande também recebem muitos visitantes durante o ano inteiro.

A gastronomia da região também é baseada nas tradições tropeiras e Castro ganhou até um prato típico especial: o “castropeiro”, feito com feijão tropeiro temperado, carne de gado e porco, couve, torresmo, quibebe de abóbora e pão caseiro. Não deixe de provar esta delícia!

Em caso de tempo livre, a cidade próxima de Jaguariaíva é sede de dois pontos turísticos religiosos: a Santa do Paredão e o Santuário Senhor Bom Jesus da Pedra Fria. Vale passar e fazer seu pedido.

Dia 3 – Cânion do Guartelá

O terceiro e último dia do roteiro fica reservado para a visita ao Cânion do Guartelá, próximo ao município de Tibagi – que fica a apenas 60 km e menos de uma hora dirigindo a partir de Castro no sentido noroeste. O Parque Estadual do Guartelá abriga todo o cânion, considerado o sexto maior do mundo em extensão e o mais longo do Brasil!

 

O Cânion do Guartelá é de uma beleza exuberante, principalmente quando visto do alto do Vale do Rio Iapó no amanhecer. As copas das araucárias e as formações rochosas garantem o visual que todos os turistas esperam ver no local.

A região ainda apresenta fauna e flora riquíssimas, corredeiras para a prática de rafting, caminhadas em trilhas, rapel em cachoeiras e ainda formações areníticas e inscrições rupestres. Ou seja, é o paraíso para quem se interessa por ecoturismo ou turismo de aventura. Após a caminhada, você ainda pode se banhar nas águas do Córrego Pedregulho e ficar relaxando nos chamados ‘panelões‘, que são buracos que se formaram nas rochas e se transformam em pequenos ofurôs naturais!

 

Em uma das encostas do cânion fica a impressionante Cachoeira Ponte de Pedra, com cerca de 180 metros de queda. Ao longo do tempo, o processo de erosão da água batendo na rocha deixou-a com o formato de uma ponte, daí o nome com a qual foi batizada. Não é possível tomar banho nas águas dela, mas a vista compensa a visita.

 

O Parque Estadual do Guartelá ainda abriga muitas araucárias, árvores nativas e muitos animais silvestres, especialmente o lobo-guará, espécie ameaçada de extinção. As visitas são livres e os caminhos bem demarcados para preservação. O Parque fica aberto das 8h às 16h30min de quarta-feira a domingo e também nos feriados. Chegue cedo para melhor aproveitar o passeio e todas as belezas desta linda e histórica região! Mais informações no site da Prefeitura de Tibagi(www.tibagi.pr.gov.br).

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Por ser bem perto de Curitiba, a Rota dos Tropeiros como um todo vem crescendo bastante no turismo paranaense, principalmente aos finais de semana. As comidas típicas, festas religiosas, belas paisagens e monumentos históricos já são mais do que suficiente para atrair a atenção para a região por onde passavam – e paravam – os tropeiros.

Tamanha tradição torna muito válida a experiência de visitar o roteiro e todas as suas pequenas cidades envolvidas em mais de 300 anos de história do sul do Brasil. Visite e depois nos conte como foi!

Por Guia Viagens Brasil Texto: Thaisy Sluszz Fotos:  Ricardo Junior 15 de julho de 2016


 

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